Os rumores de que a Sony e a Microsoft já estão trabalhando em novas plataformas de jogo é tema recorrente entre os fãs de video games. Mesmo sem qualquer indício concreto de que as empresas realmente estejam envolvidas em tal empreitada não seria nenhuma surpresas se os departamentos de pesquisa e desenvolvimento das duas fabricantes realmente estiverem estudando as possibilidades do oitava geração de consoles.
Muitos sugerem que a Electronic Entertainment Expo de 2012 trará as primeiras amostras reais dos supostos Xbox 720 e PlayStation 4, no entanto, tudo não passa de especulação. Mesmo assim, os fãs e os próprios desenvolvedores já começam a fantasiar sobre o futuro dos video games.
Gráficos de altíssima qualidade, efeitos tridimensionais, interatividade e imersão sem controles... As possibilidades são restringidas apenas pela imaginação dos jogadores — e pelos próprios avanços tecnológicos da época. Mas quão ampla é a imaginação dos criadores de jogos?
Graficamente falando...Chega de perder tempo com linhas e polígonosSe a próxima geração de consoles se aproxima uma coisa é inconteste entre a maioria dos jogadores e desenvolvedores: gráficos melhores! A cada salto evolutivo as plataformas se tornam capazes de entregar visuais melhores e mais arrojados.
Entretanto, toda essa maravilha exige algum esforço. Além de exigirem hardwares cada vez mais robustos, a programação desses gráficos também se torna muito exigente. Alguns desenvolvedores comentaram que a próxima geração deve, necessariamente, contar com suporte para ferramentas gráficas de uso simplificado; que tornem a programação de jogos mais ágil.
Em suma, um hardware suficiente poderoso para suportar o que for “empilhado” nele. A ideia é entregar conteúdos pesados, sem perder tempo compilando e “renderizando” elementos gráficos para que possam rodar adequadamente no seu console.
Alan Willard, designer sênior da Epic Games, gostaria que a próxima geração fosse capaz de manipular objetos mais complexos. Assim, o trabalho dos artistas que se empenham na parte conceitual de um título seria traduzido para os video games com muito mais fidelidade.
De acordo com o designer da Epic Games, a matéria-prima de Marcus Fenix é infinitamente mais detalhada do que o modelo presente na versão final do jogo. Isso porque o console simplesmente não aguenta manipular todos os milhões de polígonos necessários para entregar tal nível de detalhamento.
Nathan Vella, diretor executivo da Capybara Games, segue a mesma linha, pedindo aos céus que a próxima geração seja capaz de oferecer máquinas com mais memória RAM. Como o próprio executivo esclarece, os jogos da sua empresa necessitam de muita memória RAM de vídeo, por conta da renderização de texturas dos cenários 2D em alta definição. Assim, um hardware mais robusto suportaria mais texturas e consequentemente visuais mais impressionantes.
Derrube o muro! Um por todos e todos por umA próxima geração deve intensificar a divisão de marcas. Novas plataformas da Sony, Microsoft e Nintendo devem apostar em tecnologias próprias, que alavancarão a venda de conteúdos exclusivos.
Todavia, alguns criadores questionam a prática e sugerem que a oitava geração promova a unificação. Criar um jogo com suporte par ao Kinect é diferente e explorar os potenciais do Move, ou do Wii U. Assim, para realmente aproveitar melhor da próxima geração o ideal seria oferecer conteúdos multiplataformas que pudessem, de fato, explorar ao máximo todos os consoles.
Entretanto, ainda estamos longe de tal utopia. Assim, fica apenas a esperança de que todas as empresas sejam capazes de oferecer tecnologias e acessórios interessantes.
Dave Ranyard, da Sony Computer Entertainment Europe, foi além e afirma categoricamente: “... Só quero criar ótimos jogos, não me importo com a caixa na qual ele será embalado”. Sentimento compartilhado por David Amor, diretor executivo da Relentless Software.
No entanto, David Amor é um pouco mais radical e prega o “fim das plataformas”. De acordo com o executivo, é horrível — na pele de um desenvolvedor — depender de um equipamento caro (console) para que as pessoas possam ter acesso ao seu produto, trata-se de uma barreira muito grande.
Um console multifuncional é um bom caminho para começar, assim, as pessoas podem se sentir mais inclinadas a adquirir o aparelho, haja vista que seu investimento será recompensado por inúmeras funcionalidades.
Livre, leve e solto Sem fio, sem controle e sem cartucho
Consoles com captura de movimento já são uma realidade e o Kinect mostrou que sequer precisamos de botões para jogar. Assim, fica fácil imaginar o que futuro dos video games passe pela introdução de novos acessórios baseados em tais tecnologias.
No entanto, o que realmente agrada aos desenvolvedores é o mercado de distribuição digital. A venda de jogos sem mídia física é algo que diminui os custos de produção e, consequentemente, de venda. Assim o jogador tem acesso a jogos mais baratos e, por conseguinte, compra mais.
Para Joonas Laakso, produtor da Bugbear, o PlayStation 4 e o Xbox 720, devem, necessariamente, expandir seus sistemas de distribuição digital. Seja via Steam ou por modelos próprios como a PSN e Xbox LIVE. O executivo acredita que esse sistema passa por um esquema de assinatura, similar ao que já existe na LIVE e PlayStation Plus. Assinantes terão acesso a conteúdos Premium e poderão, de fato, explorar seus consoles ao máximo.
Seja o que Deus quiser “Que será, será”
Toda essa especulação é valida, mas para Eric Chahi — criador de From Dust e Out of this World — não importa o que vier pela frente, o que importa é se adaptar e aproveitar o que temos. O desenvolvedor explica que nunca se importou de trabalhar com o que tinha em mãos.
No final das contas, é exatamente isso que motiva o artista; encontrar formas de ser criativo apesar das limitações. O importante é criar algo interessante e que realmente tenha apelo entre os jogadores.
Mas e você, o que espera da próxima geração de consoles?
Artigos Relacionados: