13/09/2011

No More Heroes: Heroes' Paradise

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Dilacerando e entranhando com o Move


No More Heroes é provavelmente uma das franquias mais singulares da atual indústria de games. Quer dizer, com ou sem controles sensíveis a movimentos e gráficos em alta-definição, você pode acompanhar assassinatos excessivamente sangrentos em um estilo gráfico tão absurdo quanto genial — homenagem clara às escolas mais clássicas de animes e aos antigos filmes de samurais. Mas sempre é possível tornar as coisas um pouco mais interessantes, certo?
De fato, se executar com as mãos movimentos que escandalizariam uma natureza mais puritana enquanto dilacera centenas de inimigos visualmente recauchutados faz o seu estilo, então No More Heroes: Heroes’ Paradise pode ser o seu jogo. Para quem não conhece, trata-se aqui do mesmo título excelente que deu as caras para o Wii com o nome de No More Heroes 2, e que ganha agora alguns adereços para convencê-lo que a experiência também pode ser válida no PlayStation 3.
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Para convencê-lo disso, a Konami não apenas aparou as arestas do jogo original, mas também acrescentou replays, combates extras contra chefes — obviamente um dos pontos altos da série — e mesmo um modo extra com suporte online.
Entretanto, adereços à parte, é impossível não levar em conta o fato de que se trata exatamente do mesmo jogo lançado para o Wii. Dessa forma, caso você já tenha se colocado nos sapatos do fã de luta livre e animes Trevis Touchdown em NMH2, é pouco provável que exista algo aqui capaz de chamar novamente a sua atenção. Aos demais, talvez alguns detalhes ajudem a decidir se Heroes’ Paradise é apenas fruto da famosa excentricidade do controverso Suda51... Ou se pode ser também bastante divertido.

Aprovado

Suporte ao Move
Heroes’ Paradise trás duas opções de jogabilidade: o esquema clássico utilizando o DualShock — com o direcional analógico direito fazendo as vezes da espada — e o PlayStation Move, o controle sensível a movimentos da Sony. Desnecessário dizer: entranhar e fatiar com o seu sabre de luz movido a baterias alcalinas pode ser bem mais divertido com este último.
Não que exista algo de realmente novo aqui. De fato, os movimentos básicos da espada mantém o mesmo funcionamento do Wii. Você utilizará o bom e velho botão para disparar os golpes. O Move apenas entra em cena na hora das finalizações: basta respeitar a direção mostrada na tela, e pronto.
Nenhuma novidade assombrosa, mas o funcionamento é adequado e, de fato, é de se imaginar que utilizar o Move para cada golpes poderia deixar os menos atléticos sem fôlego rapidamente.
Com vocês, Travis Touchdown
Impossível deixar de notar como a historia do emblemático Travis Touchdown se mantém completamente atual. A trama não poderia ser mais simples e nonsense: o seu “herói” aqui é um fanático por luta livre e animes que ganhou uma katana e agora luta para se tornar o assassino número um do planeta. Para isso, ele precisará confrontar dez rivais terríveis em uma sequência homicida cheia de glórias, tiras engraçadas e visuais caricatos. Não tem como ser melhor.
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Ah, os chefes...
No More Heroes é um bom exemplo de como uma boa história pode justificar uma boa jogabilidade. Em outras palavras, a destruição dos dez assassinos mais proeminentes do globo — pressuposto da trama — é representada por batalhas nada menos do que épicas.
De fato, para os menos treinados, um aviso: esqueça os chefões grotescos e condescendentes dos jogos modernos. Os assassinos aqui não dão trégua e provavelmente vão ocasionar vários calos — ou problemas nas articulações... O que vier primeiro — antes que você consiga ir adiante.
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Ademais, cada chefão aqui tem não apenas um estilo de luta completamente distinto, mas também um background interessante. Basta assistir às animações para entender que o sujeito não está na lista dos “dez mais” por acaso — é claro que as cenas de corte também são bons momentos para um humor tipicamente Suda51.
Maduro e imaturo
A primeira cena de Heroes’ Paradise deixa claro o porquê do selo “Mature” em NMH. Mal Travis chega à mansão do seu primeiro oponente, e dois sujeitos são largados sem cabeças para trás. Sim, isso é conteúdo para jogadores mais velhos.
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Entretanto, é impossível não perceber certa parcela de “imaturidade” nas poças de sangue deixadas para trás, nos sujeitos fatiados ao meio e nas músicas nonsense que ambientam as fases. Trata-se do estilo característico de NMH, e isso, é claro, também pode ser encontrado aqui.

Reprovado

Os mesmos problemas em versão HD
É impossível negar o bom trabalho da desenvolvedora FeelPlus ao trazer os gráficos típicos do Wii para uma realidade de alta-definição. De fato, há mais textura, detalhes e os efeitos de iluminação estão obviamente mais precisos. Entretanto, Heroes’ Paradise apresenta ainda boa parte dos inconvenientes da sua matriz, algo que certamente poderia ter sido corrigido. Dessa forma, mantém-se aqui o screen-tearing (cortes horizontais na tela) e também a mesma lentidão que castigava No More Heroes 2.
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Missões extras: para que tê-las?
Entre uma batalha colossal e outra, Travis Touchdown tem a oportunidade de sair por uma cidade semivazia para cumprir missões que podem ou não trazer alguma diversão, mas que com certeza diminuem o ritmo de jogo. Dessa forma, a pergunta aqui seria: porque exatamente essas tarefas extras foram incluídas?

Vale a pena?

No More Heroes: Heroes’ Paradise é um ótimo jogo. Há espadas, há sangue, há chefes impiedosos e há uma história com o sumo do humor a lá Suda51. Mas há um pequeno inconveniente: isso tudo já foi visto antes. Particularmente, quando No More Heroes 2 deu as caras no Wii.
Em outras palavras, Heroes’ Paradise provavelmente seria mais indicado para quem ainda não teve a oportunidade de encarar as desventuras originais de Travis Touchdown. Para estes, há gráficos HD bastante razoáveis, extras e uma boa oportunidade para não deixar passar um dos jogos mais originais da atual geração.
Por outro lado, caso você já tenha decorado NMH 2 de cabo a rabo, não há nada aqui que realmente traga algo inédito. Embora um pouco mais preciso, dilacerar inimigos com o Move é tão divertido quanto sempre foi.

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